quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Apanhados




sábado, 17 de janeiro de 2009

Comentário

Comentário
AO ARTIGO DO JN
de 15 de Janeiro de 2009

Casar com um muçulmano

Se pudéssemos promover uma sondagem junto de pais portugueses com filhas em idade
casadoira e devotas à fé cristã e lhes perguntássemos se aceitavam que as suas meninas
contraíssem matrimónio comum muçulmano, a que conclusão chegaríamos?
Provavelmente, a maioria afirmava que “sim” se tivesse de identificar-se no acto da resposta; provavelmente, a esmagadora maioria respondia “nem pensar” se se tratasse de um inquérito anónimo.
(Dupla cara, hipocrisia!..)
O aviso do cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, às portuguesas, para terem “cautela com os amores” porque casar com um muçulmano é meter-se num “monte de sarilhos”
( E é !),
não andará muito longe da crença dominante, mas, mesmo assim, corporiza um traço de intolerância
( intolerância?!
Tolerar significa suportar
e intolerar significa não suportar …
o termo é indevido e inadequado)
a todos os títulos reprovável.
(Quantos milhares de Igrejas estão projectadas
e construídas nas Arábias, Irão, Afeganistão, Iraque, Turquia e Norte de África???!!!! )
É verdade que a fé muçulmana tem marcas muito próprias, que os seus professantes, de uma forma geral, não encaixam propriamente no estereótipo ocidental ( E que é mau … então mude de país!!!)
do género que muitos pais de família gostariam de levar a casa para jantar.

Mas isto são apreciações sociológicas, de simpatia geográfica, se quisermos.
Um alto responsável da Igreja Católica, como o cardeal patriarca de Lisboa, não pode,
(tem direito e pode)
todavia, cometer a ligeireza de transformar um acto público numa espécie de “fatwa” sobre os noivos muçulmanos.
Não em momento algum, mas não, sobretudo, num momento em que o desfecho do conflito em Gaza,
(Gaza é um saco de gatos selvagens!)
cujo combustível é precisamente o ódio religioso, permanece uma flamejante incógnita. A Igreja Católica não pode ser intolerante com as outras confissões e esperar que a respeitem pela sua tolerância.
Não deve estar preocupada com o facto de se contarem pelos dedos de uma mão os que leram o Alcorão em Portugal
(Eu já o li várias vezes e não é grande coisa!);
deve, sim, estar preocupada em perceber quantos ainda lêem a Bíblia.
(O Autor deve saber mais de Alcorão que de Bíblia)
As palavras do cardeal soam ainda mais despropositadas quando se sabe que a integração da comunidade muçulmana em Portugal sempre se pautou pela ausência de conflitos.
( Muito bem sempre lhe deram tudoe lhe fizeram a vontade!!!).
Se quisermos, será tão sarilhenta a ideia de casar com um muçulmano como com um chinês, um judeu ou um budista.
(Meu amigo tradicionalmente tem sido muito diferente … e há casamentos católicos com separação de culto)
Ou ser igualmente conflituoso para um muçulmano aceitar a ideia de casar com uma católica portuguesa.
Agora, é verdade que D. José Policarpo disse o que muitos pensam mas poucos ousam verbalizar.
( Uma vez mais uma covardia!!! )
Mas arte por isso devia ter tido prudência.
( !!!!!!!)
Porque um homem experimentado nas lides públicas como ele já devia saber o efeito que este tipo de discurso provoca junto da opinião pública.
(Estragada pela comunicação social!)
Sobretudo junto dos mais frenéticos
(!, quis dizer fanáticos ?!)
religiosos católicos e muçulmanos, que levam à letra as palavras dos líderes espirituais e, muitas vezes, não hesitam em passar das ditas aos actos.
For mais honesto que D. José Policarpo tenha sido sido, há ocasiões na vida em que a verdade deve ser um exercício de introspecção e não de difusão.
( Está nomeado Cardeal Patriarca de Lisboa!)
Porque a nossa verdade raramente é a verdade dos outros. Especialmente no campo religioso.


Observador atento